sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Review - EP Cemitério das Boas Intenções

Essa semana, a banda Fresno lançou de forma independente o EP "Cemitério das Boas Intenções". O EP possui três músicas inéditas e uma versão acústica da música "Relato de um Homem de Bom Coração", que pertence ao álbum "Revanche", lançado em 2010.


Primeiramente, achei o nome do EP muito interessante e acredito, que seja até um EP conceitual, já que as músicas apresentam coerência temáticas, ao mesmo tempo que fazem jus ao título do EP. O tema do EP é bem pós-apocalíptico ou pós-ataque zumbi.

Quando li o nome da primeira música "Crocodilia" logo pensei em "Reptilia" dos Strokes, mas não ouvindo percebi que de coincidência era apenas o nome. Nessa mesma faixa percebi uma grande influência de Muse nos vocais e nas guitarras, além de achar a forma que eles constroem a música até chegar no refrão muito parecida com o que os Raimundos fizeram em "Eu quero ver o oco".

A música "A gente morre sozinho" é a trilha sonora perfeita de um filme ou seriado de zumbi. A letra e a tensão criada na música é ideal para esse cenário. Ouçam de novo e percebam! 

Lendo e ouvindo comentários alheios percebi que os fãs e o não-fãs estavam se perguntando por que o som estava mais sujo e mais pesado. Como diria aquele personagem do Castelo-Rá-Tim-Bum "Porque sim, não é resposta". 
Todo o trabalho foi gravado no estúdio Costella, do Chuck Hipolitho (Vespas Mandarinas e VJ da MTV), que é conhecido por fazer um som mais encorpado, mais pesado, mais chute na porta e soco na cara (entende?). 
Nesse mesmo estúdio já gravaram diversas bandas como Vivendo do Ócio, Sugar Kane, The Name e muitas outras.
Vale lembrar também que a Fresno lançou o EP de forma independente, ou seja, sem nenhuma pressão de empresário e sem ter que atender aos moldes do mainstream, como letra, duração e volume, muitas vezes exigidos pelas gravadoras majors.
Não sou fã da banda, mas acompanho o trabalho deles desde 2008. Eu acho surpreendente a forma como a banda evoluiu na sonoridade em todos os sentidos, desde letra, até os timbres. 

Ótimo trabalho, ótima gravação, creio que terão ótimos resultados também.

PS.: A capa é uma versão no cerrado brasileiro do "Atom Heart Mother" do Pink Floyd!

Um comentário:

Carolina disse...

Com certeza. Eu não tinha percebido as semelhanças, mas depois que eu li aqui eu vi.Muito igual.