terça-feira, 10 de abril de 2012

Lollapalooza Brasil 2012

O Lollapalooza Brasil 2012 tinha tudo para ser especial. E realmente foi. Comemoração de 20 anos do festival, primeira edição dele no Brasil e um line-up recheado de ótimas bandas (duas delas os fãs esperavam já há um tempo).

Nesse post vou falar sobre o festival em geral, e não vou me focar em analisar e descrever os shows, até porque acredito que uma resenha sobre o show não transmite nem 1% de estar presente nele.

Vou ser simples e direto, como o riff de "Satisfaction". Vou falar do que gostei, do que não gostei e vou recomendar algumas coisas, tanto para o Lollapalooza, como para o SWU. Se vocês enviassem isso para o perfil do Facebook e do Twitter desses festivais, ficaria muito grato.

Foto tirada por alguém bem alto

O QUE GOSTEI
  • O conceito do festival,  que tinha um ambiente urbano, só que ao mesmo tempo resgatando aquele "espírito Woodstock" de sentar na grama (não na grade e durante o show, igual eu vi) e conversar com os amigos. 
  • Os cartões que foram distribuídos, que permitiam que as pessoas baixassem 10 músicas na iTunes Store. Muito legal para incentivar a compra virtual de músicas e para fidelizar ainda mais o público.
  • Dos artistas contratados para o festival. Achei um portfólio de bandas bem diversificado que tinham fãs bem fieis e empolgados.
  • Os três melhores shows que vi:
  1. Foo Fighters - O show mais longo do festival (bons para uns, ruim para outros), rendeu uma apresentação regada de hits, de coros, de risadas, de flash-mob e da participação da linda da Joan Jett. Realmente, a voz do Dave Grohl não estava nos melhores dias, mas felizmente ROCK NÃO É PERFEIÇÃO. O que vale é a forma como a banda se comportou em cima do palco, frente a 70 mil pessoas. É isso que fica pra história, e não a falha ao tentar alcançar uma oitava.
  2. Gogol Bordello - A presença de palco dessa banda foi arrasadora. O punk cigano, como eles mesmo definem, é de fazer até o Boris Casoy dançar. A música é divertida e contagiante. Não conhecia muitas músicas, mas fui cativado pela performance da banda.
  3. Black Drawing Chalks - Esses goianos conseguiram traduzir um show de rock bar, para um palco de festival. Com direito a mosh durente o show INTEIRO, bate-cabeça e coro em massa para "My Favorite Way". Fizeram um digno show de rock: alto e energético.

O QUE NÃO GOSTEI
  • A pequena quantidade de vendedores ambulantes da Heineken fazia com que as pessoas tivessem que utilizar os bares do evento, criando filas gigantescas. No SWU, as filas eram BEM menores, pois a quantidade de vendedores ambulantes da Heineken era muito maior.
  • Não fizeram o uso mais inteligente dos telões. Primeiro, porque estavam mal localizados, com difícil visualização nos shows mais lotados, como do Foo Fighters e Arctic Monkeys. E segundo, porque eles poderiam transmitir o show do palco Butantã no telão do palco Cidade Jardim e vice-versa.  É maçante esperar uma hora espremido, em pé e vendo uma 'propaganda massagem de ego' do Lollapalooza. 
  • Senti a falta de estacionamento no festival. Não iria solucionar a lotação, mas iria diminuir o caos generalizado no metro e diminuir o número de pedestres no meio da rua. Até porque é muito fácil dar carona aqui na cidade, o que não acontece em festivais no interior.
  • Antes do festival, houve inúmeras confusões a respeito da forma como os artistas brasileiros seriam escalados na grade horária. Até mesmo Lobão, que tinha sido convidado para tocar no festival, recusou esse convite após saber que os artistas nacionais estavam limitados para horários anteriores às 15h. A organização do festival, que não é nada idiota, mudou a grade antes de divulgar o line-up oficial e distribuiu os brasileiros em todos os horários. Fizeram o correto, PORÉM disseram que os horários não tinham sido alterados antes da divulgação oficial. Isso me deixou extremamente enfurecido (pode ler puto) e decepcionado, pois tentaram enganar o público (e este não deu a mínima). Ficaria menos feio se falassem "repensamos a grade horária e decidimos sermos mais justos com os artistas brasileiros, afinal estamos no Brasil". Mas enfim, brasileiro tem memória curta não é? 

Foto tirada por eu mesmo

O QUE EU ESPERO E RECOMENDO

O Lollapalooza, como qualquer outro festival, tem qualidades e defeitos. Isso faz parte de qualquer coisa que é feita para um grande público, desde uma eleição, até uma partida de futebol. O grande desafio é fazer de tudo para consertar os defeitos para o próximo ano. Espero de coração que a organização do Lollapalooza entenda isso.

Recomendo que o Lollapalooza:
  1. Posicione melhor os telões (mais altos), e que transmita o show que ocorre no outro palco, para o público não ficar mofando em pé.
  2. Aumente o número de vendedores ambulantes de cerveja, para consequentemente diminuir a fila dos bares.
  3. Pense na possibilidade de fazer um estacionamento. Estamos na cidade, mas os transportes acabam de madrugada. E uma estação para 35 mil pessoas (chutando baixo) é um inferno.
  4. Se perceberem que se equivocaram, assumam o erro. Brasileiro perdoa fácil.

Para o SWU:

O SWU foi um festival que evoluiu muito em apenas um ano. Acredito que o Lollapalooza ofereceu uma boa referência para a futura edição do SWU (que ocorre no fim deste ano). Distribuir um cartão com as música do festival e com um mapa do local, ser extremamente pontual com os shows e o principal distribuir os artistas brasileiros em todos os horários são pontos que o SWU deveria se inspirar. 

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